Esta versão do projecto dos Encontros da Eira inclui novos instrumentos de corda a partir da tradição musical Madeirense. BRAGUINHA COM CORDAS DUPLAS DE NYLON Braguinha de cordas duplas
O Braguinha com cordas duplas de nylon traz uma mais valia ao grupo nos solos instrumentais, possibilitando um chorus natural em uníssono, bem como um rasgado em acordes homogéneos e quentes. O RAJÃO E A VIOLA MADEIRENSE Viola Madeirense O novo conceito sonoro inclui também o Rajão e a Viola Madeirense com cordas de nylon.
Devemos salientar que o uso de cordas de tripa (o nylon é o material que mais se aproxima) era comum na Madeira, sendo um dos exemplos o bem conhecido Aldolfo de Freitas do Grupo Folclórico da Camacha, que o utilizou durante várois anos, nomeadamente no Rajão. Esta busca de sonoridades e latitudes ultrapassa o espectro imediato da nossa tradição e cultura, procurando algumas origens e influências demasiado importantes para serem esquecidas. A Ibéria, no sentido lato, e regiões como a Andaluzia e o Magreb são pontos de referência para muitas das nossas mais antigas melodias, ritmos e géneros musicais. Estamos com certeza a falar do Charamba, da Mourisca, do Baile da Meia Volta da Ilha de Porto Santo, das Cantigas de Trabalho e Jogos de Roda, Histórias e Romances, entre outros. O conjunto dos três cordofones madeirenses encordoados a nylon, construídos de raiz pelo violeiro madeirense Carlos Jorge Rodrigues, vem incentivar também os executantes dos Encontros da Eira na criação ou adaptação de peças instrumentais de salão.
A exploração desta vertente, será a continuação de uma prática muito em voga no séc. XIX, na casa das famílias mais abastadas como também nas associações musicais e recreativas, um pouco por toda a ilha, nomeadamente a freguesia da Camacha onde existiam alguns agrupamentos de música de salão. Vítor Sardinha
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