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Viola de Arame PDF Versão para impressão Enviar por E-mail
Domingo, 14 Março 2010 12:08

A viola de arame é um cordofone descendente das violas portuguesas (viola beiroa, viola campaniça, viola braguesa, viola amarantina, viola toeira).
Tem, no entanto, nas suas irmãs Açoreanas (viola da terra – 12 cordas, ilha de São Miguel; viola da terceira – 15 cordas, ilha da Terceira e Viola da Terceira -18 cordas, popularizada na mesma Ilha daquela Região Autónoma) as suas parentes mais próximas, sendo todas estas conhecidas por violas de arame.
Diferencia-se, porém, das demais, por ter escala sobreposta ao tampo e não rasa como aquelas.
O seu nome adevem do facto de, na sua armação (encordoamento), as cordas serem construídas de arame, (vulgarmente fios de latão).
Esta viola era, outrora, muito usada pelos foliões populares em festas e folguedos, no acompanhamento do charamba (cantiga de raiz popular da Madeira e Porto Santo). No entanto, e com o andar dos tempos, os tocadores mais experimentados e com gosto pela exploração completa deste cordofone de som maravilhoso e harmónico, conclui-se que presta-se também para acompanhar outros tipos de cantigas tão populares quanto vulgares na Região Autónoma da Madeira.
A forma de tocar este instrumento é a mesma utilizada para tocar o rajão e o braguinha, podendo ser tocada de ponteado ou em acompanhamento, ficando tal tarefa ao sabor da intuição e/ou da função do tocador.
Tem, na sua constituição, 14 trastes, 87 cm no total do comprimento, 42,5 cm no comprimento da caixa harmónica e 27 na largura máxima dessa caixa. Sua afinação e encordoamento:

A viola de arame encorda com 9 cordas (de baixo para cima e/ou do agudo para o grave), conforme abaixo enumerdo: 1ª Ré (carrinho – Nº-10 ou 9 – um par de cordas afinadas em uníssono).
2ª Si (carrinho – Nº-4 corda de aço – individual).
3ª Sol (toeira * carrinho – Nº-4 – um par de cordas de latão afinadas em uníssono).
4ª Ré (um par de cordas, sendo a primeira um bordão – corda si da guitarra de fado nº-41 e a segunda um corda de aço fino carrinho nº-10).
5ª Sol (um par de cordas sendo a primeira um bordão nº-73 ou sol da viola francesa e a segunda uma corda de latão nº-4 Sua construção/estrutura:

O rajão, o braguinha e a viola de arame, são constituídos por:

Estrutura interior: onde se salienta: o bloco superior, o bloco inferior, e as travessas (que na viola de arame é também conhecida por leque)

Caixa acústica: constituída pelo tampo superior harmónico, tampo inferior harmónico, ilhargas e cinta.

Braço: construído em madeira dura, é onde assenta a escala que, por sua, vez é construída em madeira branda e laça, tendo também na extremidade superior assente as chaves de afinação ou cravelhas.

Escala: que tem incluso os trastes.

Cavalete: esta parte do instrumento está presa ao tampo superior harmónico e é o local onde se prendem as cordas.

Estas informações foram prestadas no decorrer de uma visita de estudo realizada à oficina do construtor de instrumentos (arte fina) de Carlos Jorge Rodrigues, à rua dos Frias N.º- 2 A, 9000 – Funchal, no dia 14 de Maio, de 1998.

E quais as madeiras mais usadas na construção dos instrumentos tradicionais de cordas da R. A. M?

As madeiras mais utilizadas na construção dos cordofones de origem madeirense, variam muito segundo o preço que a pessoa quer gastar com a compra destes.
No entanto, e segundo informações colhidas com um grupo de formandos de um curso de Guias de Montanha, realizado no ano de 1998, na Ribeira Brava, junto de um construtor de instrumentos, em visita de estudo realizada à sua oficina, o mesmo informou que as mais vulgares e usadas por ele, são as que se seguem, independentemente do instrumento a construir.

No tampo superior harmónico: pinho branco (ou spruce) e pinho de flandres, por serem madeiras brandas e com grande capacidade de propagação do som harmónico.

No tampo inferior harmónico: cedro, mogno, pau santo, til, vinhático, nogueira, plátano e/ou outras.

Nas ilhargas da caixa sonora: poderão ser usadas as mesmas que estão enumeradas para a construção do tampo inferior harmónico.

No braço: na construção do braço usa-se, por norma, uma madeira branda.

As mais usuais são: mogno, tola, castanho, cedro, nogueira.

Na escala: é na escala que são executados os acordes ou ponteados, feitos normalmente com a mão esquerda que, por sua, vez coordenada com a direita, dá a melodia ou som da música a interpretar. Como tal é visto haver uma forte pressão entre os dedos da mão, pisando as cordas, contra a madeira da escala, a mesma deverá ser sempre construída numa madeira branda e laça (utiliza-se muito o til preto), de modo a que a mesma não fique com irregularidades provocadas pela execução dos ponteados e acordes.

Nos embutidos: os embutidos, que por vezes têm alguns instrumentos, não lhe alteram as características ao nível do som, servindo de protecção ao tampo superior harmónico e também de embelezamento dos mesmos, encarecendo-os, sem dúvida, visto ser necessária muita mão – de obra para a execução dos mesmos. O til, o perado e o buxo, são as madeiras mais utilizadas.

No cavalete: o cavalete deverá ser construído com mesmo tipo e cor de madeira utilizada na escala: madeira muito rija, visto o mesmo ter de suportar a grande parte da afinação do instrumento. Na sua parte superior, assenta a pestana que, por sua vez, é constituída em osso, por onde passam as cordas, depois de serem afixadas, nos suportes.

Actualizado em Domingo, 14 Março 2010 15:29
 
 
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